(Por Lucas Cassiano)
Elaborei esta postagem para introduzir uma idéia importante: estratégia é uma criação única que não pode ser colhida pronta e acabada de uma árvore de estratégias genéricas.
A compreensão dessa idéia de criação única possibilita a utilização eficiente e crítica de ferramentas de gestão empresarial, tais como planejamento estratégico, Balanced Scorecard (BSC), etc. Essas ferramentas constituem modelos formais e mentais utilizados para elaborar e controlar aplicação de estratégias, objetivos e planos em uma empresa. Logo, decidir sobre a utilização ou não dessas ferramentas e saber lidar com elas pode ser importante para seu negócio.
Ponto inicial para compreender a estratégia como invenção é a presente passagem:
“Ele mostrava-se incrédulo em relação ao nosso comentário “exagerado” de que podia haver um número infinito de estratégias possíveis. Ele não compreendia a idéia de estratégia como invenção, como brincar de Lego, em vez de montar um quebra-cabeças.” (MINTZBERG, Henry, et. al. Safári de Estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000, p. 70.)
A questão principal parece estar ligada à visão de que o pensamento humano é ilimitado para a criação de estratégias empresariais, ou seja, a estratégia e sua formulação são um conceito aberto esperando ser preenchido pelo estrategista a partir de sua criatividade e da análise de sua situação em concreto. Nesses termos, os modos de formulações e as próprias estratégias compõem uma gama de infinitas possibilidades, conforme se depreende da idéia de Mintzberg, ao conceber estratégia como invenção e não como um produto acabado que deve ser colhido da árvore de oportunidades das estratégias genéricas.
Em realidade, a análise do contexto fático, a vivência e a criatividade do estrategista geram o conteúdo e os subsídios para a formulação da estratégia, a fim de que ele encontre uma solução única - conjunto único de estratégias - para o sucesso e/ou vantagem competitiva de seu negócio. Dessa maneira, o estrategista não está engessado a fórmulas prontas de estratégia nem a regras prescritivas para criá-las, cabe a ele, nos limites da sua percepção e capacidade criativa, ousar e inovar livremente em termos de formulação e construção de estratégias.
O desafio final é conectar o presente "post" às práticas gerenciais elaboradas em seu negócio. Mais importante do que compreender o conceito analítico de estratégia, é saber conduzir e sentir o processo estratégico, pois você não precisa de conhecimento formal para compreender, lidar e guiar o processo estratégico. Contudo, o referido conhecimento pode, além de ajudá-lo em sua estratégia diária, abrir sua visão gerencial, caso você esteja preso a soluções prontas de estratégia, tanto derivadas de uma cultura retrógrada de seu escritório ou de algo que você leu em algum manual "estratégico". Se você busca diferenciação, então é importante buscar a abertura criativa de seu pensamento estratégico, que, obrigatoriamente, depende do entendimento de que estratégia é um processo de invenção, tal como a metáfora da brincadeira de Lego. Portanto, as possibilidades de criação de suas estratégias são ilimitadas.
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